segunda-feira, 21 de setembro de 2009

poemas rimados.

VER

Ver que a certeza é apenas vaga
No oceano da confusão é não ter
O dever de procurar o Bem
Seguindo os passos de alguém

Ver que a clareza é cega
Faísca do fogo de uma paixão
Provém da cura de uma ferida
Maior que o tempo de uma vida

Ver é dançar com os olhos
Sem compromissos
Brincar de onde ir
Não seguir submisso

A vontade é a prova de um arrepio
A cabeça assume tal desvio
Deixa fluir o vento no corpo
Que o pensamento se faz vivo, não morto.

André Pessoa.

Um Dois

no limiar de um tempo
um pra dois é a razão de ser
eu dou um dois e tenho sede
diante da sorte

um pra dois sou muitos
único me anulo
sou um mulo
do um em dois

no um tem dois
no dois tem um
um pra dois
razão do ente

a minha razão doente
tem muitas razões
para dar um dois
e perdê-las depois

no fulgurante
mundo colorido
forte brilhante
onda de ser


andré pessoa.


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