segunda-feira, 21 de setembro de 2009

maltratando a língua

maltratando a língua

palíndromos

A babá baba

A base desatola calotas e desaba

A base do teto desaba

A bola da loba

A breve verba

A camarada ia dar a maca

A cara rajada da jararaca

A cutucada cutuca

A cera causa a sua careca

A cobaia vai à boca

A comadre herda moça

Acorde, Pedroca

A dama amada

A dama cai acamada

A dama gamada

Adias a saída

A dica é ácida

A diva em Argel alegra-me a vida

A dose de soda

A droga da gorda

A droga do dote é todo da gorda

Afaga pá e apaga fã

Agora sua causa roga

A grama é amarga

Ah! Na manhã...

Aí, é legal, a geléia

Aí rufa a fúria

A lama da mala

Alê e ele mamam ele e ela

Ali ela vacila e ali cava, Leila

Ali vai fama da máfia vilã

Alô, bola!

A maca adia a ida à cama

Amada dama, o dia cai. Dia caído, amada dama

A mala nada na lama

Amar a muda duma rama

À margem metem e remetem-me grama

A Marta trama

A matuta má

Ame a ema

Ame o poema

Ame o povo, poema

A moda doma

A moderada mãe é amada redoma

A morte do galo no lago de Troma

Ana

Anilina

Anis é resina

Anita se desatina

A nota é atona

Anotaram a data da maratona

Anotaram a maratona

A porta rangia à ignara tropa

Após a sopa

Arara

A rara arara

Arca sacra

Argamassa magra

Ari me mira

Ari me tem ira

Ari vê o muro no rumo e vira

Arroz é zorra

A rua pauta a tua paúra

A sacada da casa

Assim a aia ia a missa

Assim a aluna anula a missa

A sua pausa

Atai a gaiola saloia gaiata

A tal ata

Até o poder do povo é ovo podre do poeta

Até o poeta

Até Reagan sibarita tira bisnaga ereta

Aterram moço com marreta

A tira da rita

Ato idiota

A tora na rota

A torre da derrota

Atraca a carta

A trama da Marta

Atrever asa causa na sua casa: reverta

A tua pauta

Aturar a araruta

A vaidosa moça é de fé de aço, mas odiava

A vara varava

Avaro orava

É, amor, eu quero mãe

E até o Papa poeta é

Ela vale!

Ela voava o vale

Ele, agora, roga e lê

Ele pode por acaso sacar o pé do Pelé

É mui choro, dor. Oh, ciúme!

E, na ideal lá e dia, né?

É para lixar axilar à pé!

É Raul, luar é

Erda mó caso para a raposa comadre

Errar gol é lograr ré

Erro comum ocorre

É, tio, na Somália bailamos à noite

Eu? ué...

Eva, asse e pape essa ave

Há o pito do tipo: Ah!

Iná ria da Irani

Iná viajará já, Ivani

Irene ri

Ir lá matar rata mal, ri

Laço bacana para panaca boçal

Lá na cabana, bacanal!

Lá tem metal

Leonor ama Ronoel

Levar odara e dádiva: a vida de ar adorável

Libânio, o inábil

Liga: se sobes sebos és ágil

Luza Rocelina, a namorada do Manuel, leu na Moda da Romana: anil é cor azul

Luz azul

Marujos só juram

Mereceram

Me vê se a panela da moça é de aço, Madalena Paes, e vem

Mirim, somos mirim

Morram após a sopa marrom

O alemão doa melão

O ânimo domina-o

O ano do não

O azarado teme toda razão

O baronato bota no rabo

O bolo do lobo

O breve verbo

O caso, eu que o saco

O caso: sem ré herda pouco cu o padre hermes. O saco...

O certo ar vil e me livra o treco

O céu sueco

O Cid é médico

O cio na rapariga agirá paranóico

O copo no poço

Ódio do doido

Ó, e reter o mar é ter amor etéreo

O galo no lago

O gol! e logo!

Oh! Leva carta sem o dote e todo mês atraca velho

O lobo ama o bolo

O mar de pedra mó

O medo do bar e rabo do demo

O mero remador roda mero remo

O mito aperta dama e amada trepa ótimo

O mito ótimo

O Momo cavalo lava com Omo

O namoro do romano

O nó do dono

O pó de cocaína mata maníaco cedo, pô!

Orava eu na fila com o califa nu e avaro

Orava o avaro

Orava Oto Avaro

Ore sim, mísero

O rio e ramo do mar e oiro

Oro com o coro

O romano acata amores a damas amadas e roma ataca o namoro

O rude é duro

O rumo do muro

O seboso sobe só

O seguro só ruge só

O soro pavoroso é o soro vaporoso

O tacapé é pacato

O teu drama é amar dueto

O teu gueto

Ótimo seu Tiago, Rogai. Tu és o mito

O tipo do pito

Oto come doce seco de mocotó

Oto come mocotó

Oto, me dê moto

Oto vê devoto

Oto vê dono de voto

O treco certo

O trote do bode torto

O tutameia sai. É matuto

Ovo novo

O vôo do ovo

Ramon atlas erro comum ocorre salta no mar

Reviver

Reter e rever para prever e reter

Rezar pelo sol é prazer

Rezo credo para poder cozer

Rir é ferir

Rir: o breve verbo rir

Roma é amor

Roma me tem amor

Rola com o calor

Sá dá tapas e sapatadas

Sair e tolerar e... loterias!

Saíram o tio e oito Marias

Saíram o tio Sá e as oito Marias

Salta esse atlas

Sapos mamam sopas

Sauna: Há nuas

Seco de raiva, coloco no colo caviar e doces

Seres

Se vejo horas saro hoje, vês?

Soa como caos

Só a megera rege mãos

Socorram-me em Marrocos

Socorram-me, subi no ônibus em Marrocos

Só lê selos

Salta o açor e roça o atlas

Social, soa a tema meta aos laicos

Só renego gêneros

Sós, reveses e teses. E versos?

Sua paranóica vó ovacionará paus

Somávamos

Tucano na Cut

Ué, ó droga, gordo eu?

Zé de Lima, rua Laura mil e dez

poemas concretos.

poemas concretos.

poemas rimados.

VER

Ver que a certeza é apenas vaga
No oceano da confusão é não ter
O dever de procurar o Bem
Seguindo os passos de alguém

Ver que a clareza é cega
Faísca do fogo de uma paixão
Provém da cura de uma ferida
Maior que o tempo de uma vida

Ver é dançar com os olhos
Sem compromissos
Brincar de onde ir
Não seguir submisso

A vontade é a prova de um arrepio
A cabeça assume tal desvio
Deixa fluir o vento no corpo
Que o pensamento se faz vivo, não morto.

André Pessoa.

Um Dois

no limiar de um tempo
um pra dois é a razão de ser
eu dou um dois e tenho sede
diante da sorte

um pra dois sou muitos
único me anulo
sou um mulo
do um em dois

no um tem dois
no dois tem um
um pra dois
razão do ente

a minha razão doente
tem muitas razões
para dar um dois
e perdê-las depois

no fulgurante
mundo colorido
forte brilhante
onda de ser


andré pessoa.


charadas .

por que o cão entrou na igreja ?
por que ele é um cão pastor.

por que a loira se jogou de um prédio com um shampoo na mão ?
por que o shampoo era anti-queda.

por que o chris brown atravessou na rua ?
por que ele kiss,kiss,kiss...

o que é que todo mundo põe em cima do armário ?
o acento agudo.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

por que ?


Foi tudo uma surpresa, tudo de repente,
talvez nenhum de nós saiba explicar porque,
- você deixou de ser o que era antigamente
e o que era antigamente eu já não sou, se vê...

Eu era um seu amigo. E pra mim, você
por muito tempo foi a amiga e a confidente,
- e deixei-a ler, assim como um cigano lê
nas mãos, toda a minha alma indiferentemente...

Por muito tempo, os dois, felizes, nos julgamos,
ate que certo dia... (e eu não lhe disse nada
nem você disse nada) nós nos afastamos...

Hoje você me evita... Hoje evito a você...
E seguimos então, cada um por sua estrada
sem que nenhum de nós saiba explicar porque...

J. G. de Araujo Jorge.que